Uma das tarefas consideradas como primordiais do trabalho docente - e prescritas nos documentos educacionais (BRASIL, 1998, PARANÁ, 2008) - é a questão do planejamento das aulas. Contudo, será que ao tratar sobre essa questão, os discursos apresentados para os professores, especificamente os inseridos em instituições públicas de ensino, são suficientes para que realizem essa atividade da maneira como são prescritas nesses documentos? Ou ainda: será que, por receberem as mesmas prescrições, os professores organizam e desenvolvem seus planejamentos do mesmo modo? Ao partir dessas indagações, investigamos - ancoradas por abordagens advindas da base teórico-metodológica do Interacionismo Sociodiscursivo (BRONCKART, MACHADO, 2004, BRONCKART, 2006, 2008, 2012, BULEA, 2010) em relação ao agir de linguagem e ao trabalho docente, e focalizando com o lócus o Estado do Paraná - as diferentes formas utilizadas por professores de instituições públicas para organizarem a progressão dos conteúdos de ensino em Língua Portuguesa.